quinta-feira, setembro 03, 2009 | By: Tweety

Viver em pecado #2

Para que não pequem ao não agir, ou se preferirem para que não ajam com indiferença e não vivam em pecado

“Perante cada coisa o que o sonhador deve procurar sentir é a nítida indiferença que ela, no que coisa, lhe causa.(…)

Para não descermos aos nossos próprios olhos, basta que nos habituemos a não ter nem ambições, nem paixões, nem desejos, nem esperanças, nem impulsos, nem desassossego. Para conseguir isto lembremo-nos sempre que estamos sempre em presença nossa, que nunca estamos sós, para que possamos estar à vontade. E assim dominaremos o ter paixões e ambições, porque paixões e ambições são desescuidarmo-nos; não teremos desejos nem esperanças, porque desejos e esperanças são gestos baixos e deselegantes; nem teremos impulsos e desassossegos porque a precipitação é uma indelicadeza para com os olhos dos outros, e a impaciência é sempre uma grosseria. (…)

Saber encontrar a cada sensação o modo sereno de ela se realizar. Fazer o amor resumir-se apenas a uma sombra de ser sonho de amor, pálido e trémulo intervalo entre os cimos de duas pequenas ondas onde o luar bate. Tornar o desejo uma coisa inútil e inofensiva, no como que sorriso delicado da alma a sós consigo própria; fazer dela uma coisa que nunca pense em realizar-se nem em dizer-se. Ao ódio adormecê-lo como a uma serpente prisioneira, e dizer ao medo que dos seus gestos guarde apenas a agonia no olhar, e no olhar da nossa alma, única atitude compatível com ser estética.”

Fernando Pessoa no Livro do Desassossego

“O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença.“

Li isto algures, e parece que falava para mim alguém sente o mesmo que eu,

é a frieza de uma mensagem, é a falta de resposta é a INDIFERENÇA

ao dizer-se que não se pode estar porque que se está ocupado.

Simplesmente não agir com convicção e deixar passar porque não interessa.

Finalmente percebeste o que eu sinto desse lado.

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